A ANVISA aprovou o Remdesivir no tratamento do coronavírus em março de 2021. Este é o primeiro medicamento aprovado no Brasil especificamente para esse fim. 

O antiviral, inicialmente criado para tratar hepatite e testado contra o vírus ebola – sem eficácia – já havia sido aprovado pela FDA (Food and Drug Administration – a agência de controle dos EUA) para o tratamento da COVID-19 em outubro de 2020. Os Estados Unidos já vinham utilizando a substância desde maio de 2020. 

Além do Brasil e dos Estados Unidos, o remédio também já foi autorizado por autoridades sanitárias em mais de 20 países, entre eles, Argentina, Índia, Israel, Japão, Rússia, Coreia do Sul e Canadá, além de ter recebido a permissão da agência europeia. 

O QUE É REMDESIVIR? 

É um medicamento antiviral injetável, produzido pelo laboratório Gilead, dos EUA. É comercializado com o nome de Veklury. 

PARA QUE SERVE O REMDESIVIR?

Criado para combater outros tipos de infecções virais, o medicamento foi testado para combater o coronavírus. O que se descobriu foi que ele pode diminuir o tempo de internação de pacientes em casos graves de COVID-19 com pneumonia, com suplemento de oxigênio, mas sem intubação. 

Um estudo conduzido pelo The New England Journal of Medicine concluído em novembro de 2020, observou 1062 pacientes tratados por 10 dias: 541 com Remdesivir e 521 com placebo (uma preparação neutra, sem efeitos farmacológicos). O tempo de recuperação média daqueles que foram tratados com o antiviral foi de 10 dias, contra 15 dias do grupo que recebeu placebo. 

Nesse teste, não se encontrou diferença no número de ocorrências de efeitos adversos nos pacientes que foram tratados com Remdesivir e os que receberam placebo. Aliás, observou-se um número maior de efeitos adversos sérios nos pacientes que não tiveram o remédio aplicado. 

Outros testes foram realizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que manifestou-se contrária a utilização do Remdesivir no tratamento da COVID-19. No entanto, os estudos conduzidos pela entidade levaram em conta dados diferentes do estudo avaliado pela ANVISA, focado na redução do tempo de hospitalização dos pacientes. A confirmação desse dado, somados à situação crítica da pandemia no Brasil e o colapso do sistema de saúde em vários lugares contaram para a avaliação e liberação do medicamento no país.

COMO SERÁ O TRATAMENTO COM O REMDESIVIR NO BRASIL?

O antiviral não é indicado para o tratamento precoce da COVID-19. É uma medida de contenção, visando a diminuição do período de internação. A autorização da ANVISA permite o uso somente em hospitais, para pacientes com mais de 12 anos, com quadro de pneumonia e que precisam de oxigênio, sem intubação. 

No Brasil ainda não há estimativa de preço do Remdesivir, nem de quando ele será incorporado pelo SUS nos tratamentos. O medicamento nos EUA custava US$ 3.2 mil por tratamento, em outubro de 2020 – cerca de R$ 18 mil. 

Em resumo, é possível afirmar que a aplicação do medicamento será importantíssima no país, pois apresenta a possibilidade de reduzir o tempo de internação hospitalar, dando espaço para casos mais graves e que necessitam de mais tempo de UTI, desafogando consideravelmente o sistema de saúde. Além disso, seus efeitos seguirão sendo monitorados pela ANVISA, FDA e demais agências mundiais, nos países onde o medicamento está sendo utilizado, prezando sempre a segurança dos pacientes. 

Uma esperança enquanto a vacina não chega para todos, sem descuidarmos das outras medidas de enfrentamento da pandemia: o uso de máscaras, o distanciamento físico e a higienização das mãos. 

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